Iluminismo é um substantivo masculino. O termo vem do Francês illuminisme, do Latim illuminare, que significa “colocar luz sobre, esclarecer”, de lux, que quer dizer “luz”.
O significado de Iluminismo descreve o movimento intelectual que surgiu na Europa ao longo do século XVIII. Sua maior popularidade se deu na França, que serviu de espaço para um notável desenvolvimento da Filosofia e da Ciência, mas o Iluminismo se expressou também em outros países tanto nas áreas culturais e sociais quanto na política e espiritualidade.
O Iluminismo defendia o uso da razão – luz – contra o antigo regime – as trevas – e procurava pregar maior liberdade política e econômica. Por isso, o período ficou também bastante conhecido como “Época das Luzes”, pois mudanças econômicas, sociais e políticas ocorreram no continente com base nos ideais de Liberdade, Progresso e do Homem.
Com apoio da burguesia, que tinha interesses em comum com os pensadores, o Iluminismo se caracterizou como um processo criado com o propósito de corrigir as desigualdades que existiam na sociedade, além de garantir os direitos naturais de cada indivíduo, como é o caso da livre posse de bens e da própria liberdade.
Para os pensadores iluministas, Deus estava presente na natureza e no indivíduo – eles acreditam que, para encontrá-lo, bastava usar a razão.
Em suma, o Iluminismo é o nome dado à organização (ideologia) que foi criada e incorporada pela burguesia no continente europeu através de inúmeras lutas que revolucionaram o final do século XVIII. Não visto somente como ideológico, mas também como um movimento político, o Iluminismo foi potencializado pela Revolução Francesa.
Na área da Psiquiatria, a palavra “iluminismo” descreve uma patologia que se sucede por devaneios e visões de fenômenos sobrenaturais.
Características do Iluminismo
Os iluministas – filósofos e economistas, principalmente – eram aqueles que disseminavam as ideias do Iluminismo. A principal característica dessa corrente intelectual era a valorização da razão acima de tudo, ou seja, era a razão o instrumento mais importante para se atingir o conhecimento.
Ainda, o Iluminismo tinha como aspectos:
- O estímulo ao questionamento, à investigação e à experiência como uma forma de conhecimento da natureza, da sociedade, da economia, da política e do ser humano,
- Defendia a liberdade política, econômica (sem interferência do Estado) e religiosa,
- Defendia a igualdade de todos os indivíduos perante a lei,
- Era contrário ao absolutismo e quaisquer características ultrapassadas deste, criticando também o mercantilismo, os privilégios que eram dados aos nobres e ao clero, e a Igreja Católica e seus métodos (excluindo-se a crença em Deus),
- A criação da Enciclopédia – 35 volumes em que resumia todo o conhecimento que existia até o momento,
- Ideias liberais, assim como a intimidação de certos reis absolutistas – surgindo os Déspotas Esclarecidos (reis que receavam perder o governo e passaram a aceitar algumas ideias do movimento).
Origem do Iluminismo
O influente movimento iluminista teve suas origens graças à Revolução Científica, proporcionada pela pesquisa realizada por alguns nomes famosos, como René Descartes e Isaac Newton.
Descartes, por exemplo, via o racionalismo como a única fonte de conhecimento. Ele acreditava em uma verdade absoluta, questionando todas as ideias ou teorias que já existiam – por conta disso, sua própria teoria foi resumida na conhecida expressão “Penso, logo existo”.
Dúvida e insatisfação foram dois sentimentos determinantes para o começo do Iluminismo, afinal eles estavam presentes por toda a Europa. Na França, por exemplo, os limites feudais se colidiam com o desenvolvimento do capitalismo emergente.
Iluminismo na França
Como comentado, o Iluminismo teve maior expressão na França, muito embora outros países tenham se destacado com tal movimento intelectual durante o século XVIII. Além do choque entre os limites feudais com os grupos privilegiados e o rei, a França foi a primeira nação a promover os valores do Iluminismo.
Naquele período, a França sofria com as contradições do antigo Regime. A teoria iluminista teve apoio de grandes filósofos da época, como Voltaire, que pregava a liberdade de expressão, igualdade de direitos, era contrário à opressão absolutista e criticava os privilégios que a nobreza e o clero possuíam – porém, assim como a característica do Iluminismo, Voltaire acreditava na presença de Deus no homem e na natureza.
O Iluminismo na França, por meio de seus iluministas, condenava a censura, criticava a guerra, acreditava nas reformas e pregava a ideia de tolerância, com uma religião com base na crença em um ser supremo.
Outro filósofo de destaque no Iluminismo francês foi Montesquieu. O aristocrata dizia que cada nação deveria possuir uma espécie de instituição política conforme o seu progresso socioeconômico.
Montesquieu é bastante conhecido por sua doutrina dos três poderes – onde defendia a divisão da autoridade governamental em: executivo, legislativo e judiciário.
No caso de Jean-Jacques Rousseau, a mentalidade era diferente. Rousseau era bem mais popular por causa de suas ideias radicais, criticando a sociedade privada, projetando uma sociedade de pequenos produtores autônomos. Para ele, a bondade era algo natural do ser humano, mas isso era destruído pela civilização, o que o fazia teorizar uma vida familiar ordinária, com uma sociedade baseada na igualdade, justiça e soberania do povo.
Principais pensadores iluministas
É, portanto, possível listar como os principais pensamentos do Iluminismo:
- Adam Smith (1723-1790),
- Denis Diderot (1713-1784),
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778),
- John Locke (1632-1704),
- Montesquieu (1689-1755),
- Voltaire (1694-1778).
Iluminismo no Brasil
O Iluminismo serviu de inspiração para o pensamento liberal que favoreceu os processos de independência do continente americano.
No caso do Brasil, as ideias iluministas – como o fim do colonialismo e do absolutismo, a liberdade religiosa e o liberalismo econômico – auxiliaram na quebra dos domínios lusitanos sobre a colônia. Esse momento histórico da Europa se deu juntamente com a queda da lavoura açucareira e a transferência do centro econômico para Minas Gerais e Rio de Janeiro, por causa da extração de minério e sua comercialização, respectivamente.
Para os brasileiros de classes altas da sociedade, o contato com o Iluminismo acontecia quando estes iam para a Europa estudar em universidades. De lá, eles entravam em contato com pensamentos e teorias que já estavam em desenvolvimento no território europeu. No retorno ao país de origem, quando terminavam os estudos, os brasileiros faziam divulgação de ideias iluministas nos centros urbanos, principalmente.
O Iluminismo foi responsável pelos seguintes eventos brasileiros:
- Inconfidência Mineira (1789),
- Conjuração Fluminense (1794),
- Revolta dos Alfaiates (1798),
- Revolução Pernambucana (1817).
Tais movimentos políticos ganharam influência dos ideais iluministas e que também serviram para que a Independência fosse proclamada no ano de 1822.
No exemplo da Inconfidência Mineira, os que lutaram tinham como objetivo difundir ainda mais as ideias do Iluminismo entre as outras camadas da sociedade urbana do Brasil.
É possível afirmar, por isso, que o Iluminismo e todos os seus ideais foram importantes para a formação política brasileira.