Apócrifo é um adjetivo, cujos significados são: que é considerado falso, suspeito; que não é do autor a que se atribui. Apócrifo também é um substantivo masculino, que significa um texto ou obra que não tem reconhecimento como autoridade canônica (no âmbito da religião), e a obra ou texto que não corresponde ao escrito pelo autor, ou que tem autoria duvidosa.
O que é Apócrifo
De acordo com as normas jurídicas, o significado de apócrifo é o documento que não tem origem conhecida, que não traz identificação ou assinatura, ou ainda, que não está autenticado.
No âmbito religioso, a avaliação de um livro como apócrifo diverge conforme a religião. Os significados dessa afirmação podem ser exemplificados da seguinte forma: alguns livros tidos como canônicos por católicos são visto como apócrifos pelos judeus e pelos protestantes.
Na história do cristianismo, até o século III, diferentes igrejas e seitas conviviam, não havia uma centralização da religião. As diferentes correntes da religião cristã, nesse período, tinham visões diferentes acerca da natureza de Deus, e principalmente, sobre os significados da vida e morte de Jesus Cristo; isso resultava em diferentes livros, escritos que abordavam tais questões. Com o tempo, começaram a surgir disputas entre as diferentes vertentes do cristianismo, já que cada uma considerava suas convicções e escritos como verdadeiros, situação que expressava seus significados através de debates e acusações mútuas de heresia.
Uma das tradições mais influentes no contexto do cristianismo primitivo era a do cristianismo apostólico, com origens e significados relacionados às narrativas dos primeiros discípulos de Jesus. Essa tradição começou a ser registrada por volta dos anos 30 e 40 do século I, em escritos como os evangelhos de Marcos, Mateus, Lucas e João. Esses textos eram considerados, por muitos, os relatos escritos mais antigos e precisos da vida do Messias.
Os evangelhos apócrifos da Bíblia
O Concílio de Niceia (325d.C.) teve significados fundamentais para o estabelecimento da Igreja Católica como uma instituição centralizada. Neste evento, entre outras questões, os livros de Marcos, Lucas, Mateus e João foram escolhidos como os que representavam a versão verdadeira da passagem de Cristo pela Terra. Os demais livros que retratavam essa história, procedentes de outras vertentes do cristianismo primitivo, foram considerados apócrifos, falsos, e excluídos do Novo Testamento.
É este o começo da história dos livros apócrifos da Bíblia. Incontáveis registros foram destruídos ou queimados, pois discordavam do recém-criado livro canônico. Mas isso não significa que os apócrifos tenham desaparecido.
Em 1945, foi encontrado no Egito um jarro de cerâmica, em uma gruta, contendo um verdadeiro tesouro histórico: a coleção de Nag Hammadi, o maior e mais importante acervo de evangelhos apócrifos, que significa uma fonte fundamental para o estudo da história do cristianismo. Entre os livros que compõem a coleção de Nag Hammadi, encontram-se o Apócrifo de João e o apócrifo de Tiago.