Homonímia diz respeito a palavras que dispõem da mesma pronúncia ou grafia, mas com diferentes significados entre si.
O significado de Homonímia pode ser entendido a partir dos estudos semânticos relacionados à Língua Portuguesa. Do ponto de vista etimológico, essa palavra tem como origem a língua grega, a partir da junção dos termos homós, que tem como significado a palavra “igual”, e ónymon, que quer dizer “nome”.
As palavras homonímias são aquelas que demonstram a mesma estrutura fonológica, fonemas iguais, acentuação idêntica e, apesar de tudo isso, indicam significados completamente distintos um do outro.
Ainda que sejam palavras da mesma morfologia de nossa língua, a situação do seu uso ou então o contexto comunicacional no qual está inserido será responsável pela elaboração dos sentidos quando da ocorrência da homonímia. Sendo assim, não há chance de ocorrer qualquer prejuízo quanto ao entendimento da mensagem.
Observe os exemplos abaixo:
São Francisco de Assis é o santo protetor dos animais. (são = redução de santo)
José é um homem são, não se deixará enganar. (são = sensato)
As operações matemáticas são importantes para a execução dessa função. (são = flexão do verbo “ser”)
Tipos de homonímias
Homônimas homógrafas: trata-se das palavras que possuem a mesma grafia, mas demonstram pronúncia e significados diferentes. Por exemplo: “gosto” (verbo gostar) e “gosto” (substantivo) / “este” (pronome demonstrativo) e “este” (ponto cardeal).
Homônimas homófonas: detém igual pronúncia, mas são distintas na grafia e no seu significado. Por exemplo: “seção” (departamento) e “sessão” (período de tempo) / “sela” (verbo) e “cela” (substantivo).
Homônimos perfeitos: neste caso, são as palavras são escritas e pronunciadas igualmente, no entanto, possuem significados distintos. Por exemplo: “verão” (substantivo) e “verão” (verbo) / “cedo” (advérbio) e “cedo” (verbo).
Homonímia e paronímia
Importante lembrar que muitas pessoas costumam confundir parônimos com homônimos nas classificações semânticas. Contudo, há uma diferença sutil entre eles, como veremos a partir de agora.
Vale dizer que as palavras homônimas são as que contém exatamente a mesma pronúncia e grafia, porém, possuem significados diferentes. Por outro lado, as palavras parônimas são consideradas aquelas que são semelhantes na grafia ou pronúncia, mas também carregam significados diferentes entre si.
Um exemplo dessa situação é quanto aos termos “descrição” e “discrição”, que detém pronúncia e grafia quase idênticos e, por isso, acabam sendo categorizados como parônimos.
Homonímia e polissemia
Devido à semelhança, é bastante comum a confusão entre a homonímia e a polissemia. Uma palavra polissêmica é aquela que carrega múltiplos significados distintos. Um exemplo disso é o termo “letra”, pois ele pode tanto significar o elemento mais básico do alfabeto quanto a caligrafia de alguém ou mesmo o texto de uma canção.
No entanto, as expressões homônimas são duas ou mais palavras que têm origem e significados díspares, mas a pronúncia e a grafia são iguais. Um exemplo disso é quanto a palavra “grama”, que pode ser uma unidade de massa ou mesmo ser um sinônimo para “relva”.
Ou seja, homonímia e polissemia têm como diferença o fato de que a palavra não contém a mesma origem etimológica para os dois significados, ainda que possua grafia e pronúncia idênticas.
Homonímia depreciativa
Um problema muito comum que ocorre com a homonímia é com relação ao nome das pessoas. Principalmente se o nome e o sobrenome forem idênticos. Pode ser que ocorra algum registro indevido em cadastro restritivo de consumidores (Serasa, SPC), cadastros criminais no Instituto de Identificação etc.
Caso haja algum problema, pode ocorrer o que se conhece no meio jurídico como homonímia depreciativa, o que permite a alteração do nome da pessoa para evitar que ela seja acusada de delitos que não cometeu.