Angústia é uma palavra proveniente do latim, expressando em seu original “estreiteza”, “dificuldade”, sendo considerada hoje um sentimento de aflição, um estado afetivo que causa mal estar psicológico acompanhado de alterações orgânicas.
O que é Angústia?
A angústia é uma sensação psicológica que é caracterizada por aperto no peito, ansiedade, falta de humor, sufocamento e algum tipo de ressentimento proveniente de um sofrimento psíquico. Para a psiquiatria, a angústia é uma doença mental que precisa ser tratada como tal.
Arthur Schopenhauer, em sua obra filosófica, apresenta a angústia como uma visão pessimista da vida, considerando que a vida é sofrimento. Embora muitos tentem colocar um sentido à existência, Schopenhauer considera que ela não possui nem sentido e nem finalidade, chegando mesmo a afirmar que a própria vontade do ser humano seja um mal. Muito embora todos queiram vencer, a vontade, por si só, gera a angústia e a dor, deixando apenas alguns momentos incertos de prazer, ou seja, cria intervalos no meio da infelicidade, que é sempre presente.
A angustia pode ser um sintoma de depressão, na psiquiatria, porém esta ciência não considera depressivas todas as pessoas que vivem com períodos de angústia, que pode ser apenas um sintoma de ansiedade. Alguns casos, de acordo com a psiquiatria, podem estar ligados a outras causas psicológicas, como traumas e complexos provindos de ambientes familiares desgastantes e repressores.
A angústia torna-se uma doença quando estiver acompanhado de outros sintomas, como tristeza permanente, constantes pensamentos negativos, falta de concentração e inquietação, trazendo prejuízos à vida pessoal e profissional do indivíduo.
Nesses casos, pessoas que trazem um quadro de angústia mais constantes, precisam de acompanhamento profissional para não desenvolver outros problemas mais sérios, que possam provocar baixa autoestima e mudar completamente o seu comportamento social.
Uma pessoa que sofre de angústia e que não tenha o acompanhamento adequado, pode desenvolver estados de paranoia, mudando até mesmo sua percepção do mundo que a rodeia. O acompanhamento psiquiátrico deve levar em conta os acontecimentos que envolvem o indivíduo, as circunstâncias em que percebe os eventos e criar meios de sanar essas lembranças dramáticas, provocadoras da angústia.
Para Jean-Paul Sartre, filósofo que viveu no século XX e que foi o maior representante da corrente existencialista, a angústia acontece para o homem quando ele percebe sua condenação irrevogável à liberdade, ou seja, o homem está condenado a ser livre, já que sempre terá uma opção de escolha. Como não sabe qual é o melhor caminho a escolher, surge a angústia, já que está condenado ao livre-arbítrio.
Friedrich Nietzche, tomando por base Schopenhauer, por sua vez, afirma que, entre os povos antigos, foram os gregos os que melhor conseguiram entender o sofrimento e o lado trágico da vida humana, que tem por companhia a dor, a morte e a solidão. A busca de uma sociedade baseada no equilíbrio, onde nada deve ser usado em demasia, é um meio de combater os instintos e paixões naturais da humanidade.
Para mostrar essa tendência, os gregos criaram as suas tragédias, uma forma de colocar o homem em contato com o lado trágico e com a angústia da existência. Nietzche afirma que a vida pode ser uma tragédia, mas que devemos encontrar os meios de colocar um pouco mais de alegria na vida que temos e, como instrumento, a arte vem com essa função.