Bom senso vai bem mais além do que simplesmente saber distinguir o certo do errado: é a capacidade de agir de forma coerente, sensata, prudente e inteligente em qualquer situação.
É o padrão intuitivo que todo ser humano possui de saber ser razoável e principalmente equilibrado, fazendo a coisa certa e agindo de acordo com o que se espera pela sociedade.
Uma pessoa que possui bom senso sempre pensa antes de falar ou agir mediante qualquer situação. É a capacidade de saber fazer escolhas que são consideradas socialmente corretas.
Bom senso nesse sentido passa a ser uma necessidade. Pois, sem um bom entendimento sobre as coisas ou sobre suas próprias atitudes pode-se acabar sendo excluído ou ridicularizado pela sociedade.
Uma pessoa de bom senso tem sensibilidade para perceber o que se passa a sua volta e enxerga melhor o que ocorre na sociedade. Nesse sentido o bom senso é a base para saber viver em harmonia com o próximo.
Bom senso e senso comum, definitivamente, não são as mesmas coisas. Podemos chamar de senso comum todo conhecimento que é adquirido tradicionalmente, são aqueles conceitos que herdamos de nossos antepassados e que passam a fazer parte de nossas vidas, praticamente de forma inconsciente.
No senso comum não há reflexão crítica consciente, normalmente são conceitos pré-concebidos, onde há resistência em relação a mudanças de pensamento.
Já o bom senso está relacionado à reflexão sobre a realidade, a sensatez, ao juízo sobre as coisas. De acordo com o filósofo Gramsci o bom senso pode ser considerado “o núcleo sadio do senso comum”.
“Questão do Bom Senso e do Bom Gosto” ou “Questão Coimbrã” foi o nome dado a uma batalha literária travada entre Antônio Feliciano Castilho e Antero de Quental, mais especificamente no século XIX.
Tudo começa quando Castilho é incumbido de escrever um posfácio para o “Poema da Mocidade” de Pinheiro Chagas, um conhecido escritor Romântico. Castilho então se aproveita da oportunidade para defender os ideais do Romantismo e criticar duramente os estudantes de Coimbra.
Tal discussão, que durou praticamente um ano, começou com as duras críticas que Castilho fez em relação à nova literatura dos estudantes de Coimbra. Chamando-os de exibicionistas, sem bom senso e bom gosto.
Antero de Quental por sua vez decide comprar a briga lançando o então opúsculo com o título de “Bom Senso e Bom Gosto”, em 1866, como uma crítica a visão ortodoxa de Castilho, classificando sua poesia de fútil e insignificante.
Na realidade, esse foi simplesmente um confronto entre os que defendiam com unhas e dentes o já então decadente Romantismo e os jovens que começavam um novo movimento chamado Realismo-Naturalismo.
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