Bossa é uma palavra sinônima de calombo, de protuberância resultante de uma pancada, como um “galo na testa”, sendo proveniente de “bosse”, palavra francesa cujo significado é colisão.
Como a gíria utiliza palavras do vernáculo para apresentar outros significados, a palavra bossa, na década de 1950, era a gíria para “jeito”, “maneira”. A bossa nova, portanto, surgiu como um jeito novo de fazer música, um novo gênero musical, que recebeu influências do jazz americano e do samba carioca.
A bossa nova nasceu no final da década de 1950, na Zona Sul do Rio de Janeiro que, na época, era o reduto da classe média, através de estudantes e de jovens amantes da música. A expressão era usada como novo modo de tocar e cantar.
O novo ritmo foi bem aceito no Brasil e foi consagrado internacionalmente em 1962, no histórico concerto do Carnegie Hall, em Nova York, que teve a participação de Tom Jobim, Oscar Castro Neves, Agostinho dos Santos, João Gilberto, Carlos Lyra e Luiz Bonfá, entre outros.
Uma das principais características da bossa nova é o desenvolvimento do canto, que é mais falado do que com o uso de vozes tonitruantes, com uma influência marcante do jazz norte-americano. A influência, inclusive, recebeu críticas severas de alguns artistas mais antigos.
Na década de 1960, alguns compositores, como Dorival Caymmi, Marcos Valle, Francis Hime e Edu Lobo buscaram a reaproximação da bossa nova com o samba carioca, o baião e o xote nordestino.
A bossa nova veio acrescentar um novo ritmo à música brasileira, que até então era marcada pelos sambas-canção e pelos boleros, onde a predominância de temas era relacionada à melancolia e à tristeza. Especialistas em música afirmam que o ritmo veio mudar essa característica, procurando falar mais sobre a natureza, o amor, uma visão mais filosófica e espiritualista da vida.
A gravadora Odeon, uma das principais na época, lançou, em 1959, o disco “Chega de Saudade”, do compositor e violonista baiano João Gilberto, que cantava discretamente e em tom baixo, fazendo o acompanhamento no violão, com uma batida e harmonia diferentes do que era o costume, abrindo os caminhos para o novo ritmo. O próprio João Gilberto dizia que a bossa nova é uma coisa muito natural.
A bossa nova trouxe, então, não apenas um novo estilo musical, mas também um grande número de novos compositores, instrumentistas, letristas e cantores.
Tom Jobim, Carlos Lyra e Roberto Menescal foram grandes expoentes da bossa nova, tendo se tornado os representantes mais expressivos, utilizando o novo estilo a partir do jazz, de quem eram apreciadores, mas permitindo-se criar um novo ritmo, com execução instrumental mais evoluída, trazendo uma nova fase para a música popular brasileira.
Com o tempo e com sua evolução, a bossa nova criou novos desenvolvimentos da melodia, com canções se tornando mais difíceis de serem apresentadas, exigindo um encadeamento mais evoluído harmonicamente, com a inclusão de orquestração elaborada a partir daquela econômica, criada ao som da voz e do violão.
Um bom exemplo é o “Samba de uma Nota Só”, de Tom Jobim e Newton Mendonça, onde o texto da música sugere o andamento da melodia e a melodia é um comentário sobre o texto, unindo assim o humor, a ironia e a malícia. Outra novidade na bossa nova foi o tom de protesto e de inconformismo com a sociedade, como acontece nas composições “Terra de Ninguém” e “Pedro Pedreiro”.
A bossa nova foi assimilada internacionalmente com bastante rapidez, ultrapassando fronteiras e trazendo novos apaixonados pelo ritmo, como Herbie Mann, Charles Byrd, Zoot Sims e Stan Getz, entre outros, o que levou o grande astro Frank Sinatra a se apaixonar pela bossa nova, fazendo shows com Tom Jobim nos Estados Unidos.
Com o novo estilo musical, surgiram conjuntos vocais de instrumentistas do mais alto nível, como Zimbo Trio, Quarteto em Cy, Tamba Trio, MPB-4, Conjunto Roberto Menescal, além de novos compositores, como Edu Logo e Baden Powell, e uma das maiores cantoras brasileiras, Elis Regina.
Esses artistas novos foram consagrados definitivamente no festival organizado pela antiga TV Excelsior, de São Paulo, em 1965, onde a música “Arrastão”, interpretada por Elis Regina, foi a grande vencedora. Esse festival abriu caminho para os festivais da Record, de onde surgiram nomes como Nara Leão, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gal Costa, Os Mutantes e Rogério Duprat, entre outros.
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