Capitalismo Financeiro é um termo que refere-se a um tipo de capitalismo que surgiu na segunda metade do século XIX, quando a necessidade de um desenvolvimento maior das indústrias levou a necessidade de grandes somas de investimento que iam além da capacidade da grande maioria dos investidores individuais, fazendo-se necessário que uma empresa tivesse então que recorrer a vários investidores e aos bancos para obter capital.
Em 1910, Rudolf Hilferding, economista da escola austríaca, publica o livro “Capital Financeiro” onde analisa esse novo momento do capitalismo e torna o termo capitalismo financeiro popular entre economistas e intelectuais desde então.
No capitalismo financeiro, as grandes empresas passam a mão de acionistas, que investem seu dinheiro em ações com fim de lucrar com elas e com a receita oriunda da empresa que é dividida entre os acionistas proporcionalmente ao montante de ações que possuem.
O papel dos bancos, com o advento do capitalismo financeiro, também passa a ser preponderante. Os grande montantes empregados pelos bancos em empréstimos e investimentos fazem com que esses obtenham lucros exorbitantes e passem a exercer um grande controle sobre a atividade econômica.
As empresas comandadas agora por acionistas passam a se consolidar e a demonstrarem-se um ótimo investimento, fazendo com que essas empresas cresçam ainda mais chegando a tornar-se monopólios, ou seja, uma empresa sozinha passa a controlar todo um nicho de mercado, sem concorrência, o que a torna ainda mais lucrativa.
Outro fenômeno que surge com os monopólios são os trustes e os cartéis, ou o que podemos chamar de oligopólios, oligarquias econômicas que controlam mercados. Um truste é quando várias empresas se fundem numa só para controlar uma fatia de mercado e um cartel é quando um grupo de empresas fecham acordos entre si para controlar o preço e a concorrência, controlando um nicho de mercado.
O capitalismo financeiro possibilitou tantos ganhos aos banqueiros e aos acionistas de grandes empresas que hoje estes estão entre os indivíduos mais ricos da sociedade, acumulando tanto dinheiro e poder que os tornaram capazes de conduzir os destinos da economia e do governo dos países do mundo em prol de seus interesses, ou seja, bancos e instituições financeiras controlam a indústria e o comercio, o mercado de ações e os partidos políticos.
Temos então que nos século XVI surge um capitalismo comercial, precedido por um capitalismo industrial a partir da revolução industrial do século XVIII e no século XIX começa-se a se consolidar o capitalismo financeiro que vai ganhando força a partir especialmente do fim da Segunda Guerra, e com o neoliberalismo dos anos 80 e a globalização torna-se o principal tipo de capitalismo presente no mundo hoje.