Conciliar é uma palavra cuja origem está no termo concílio, provindo do latim concilium que, entre os romanos, indicava um grupo de pessoas reunidas em assembleia, uma reunião de conselheiros. Concilium tem sua origem nos termos latinos “com”, significando “juntos”, e “calare”, com o significado de “chamar”, de “convocar” ou de “conclamar”.
O que é Conciliar?
Em nosso idioma atual, conciliar é um verbo que tem como significado harmonizar, adequar, ajustar, tranquilizar. Nesse sentido, fugindo um pouco de seus primórdios, conciliar nos remete para a ação de chegar a um acordo com uma pessoa ou grupo de pessoas, criando uma aliança com o propósito de atingir um objetivo ou resolvendo alguma pendência através de conciliação entre as partes litigantes.
O termo conciliar também pode ser aplicado em situações de busca de equilíbrio entre duas coisas totalmente distintas, ou quando encontramos meios para cumprir duas tarefas diferentes, mantendo o equilíbrio entre a dedicação a cada uma delas. Assim, um estudante que precisa trabalhar, está conciliando sua vida entre o trabalho e o estudo, ou um artista que precisa cuidar da vida pessoal, ao mesmo tempo em que é bastante popular, deve encontrar meios para conciliar sua vida pessoal com a vida profissional.
Devemos distinguir a grafia entre conciliar e consiliar. A palavra correta é com a letra “c”, provinda do latim “concilium”. Consiliar é errado, trata-se de uma palavra que não faz parte do vocabulário de língua portuguesa.
Projeto Conciliar é Legal
Como lembramos anteriormente, o verbo conciliar é aplicado quando se pretende chegar a um acordo entre litigantes. No meio jurídico foi criado o projeto “Conciliar é Legal”, que tem como objetivo facilitar a resolução de processos jurídicos, encontrando um meio de conciliar as partes, chegando a um acordo sobre o tema do processo.
Em qualquer tipo de processo judicial, quando uma das partes se propõe a um acordo, está solicitando conciliação, sendo apontado um profissional do meio jurídico, um conciliador, e marcada uma audiência para que as partes cheguem a um acordo, encerrando a pendenga jurídica.
Nesse caso, o processo se torna muito mais rápido e eficaz, trazendo uma solução que agrade ambas as partes e minimizando os custos do processo, que envolvem taxas e perda de tempo nos tribunais.
A conciliação é um dos melhores meios de resolver qualquer pendência jurídica, sendo usada em diversos casos, como processos trabalhistas, pensão alimentícia, guarda de menores, acidentes de trânsito, divórcio, etc. No âmbito do direito cível, a conciliação é admitida em praticamente todos os processos, não podendo, evidentemente, ser exercida no âmbito do direito criminal, onde são julgados casos de crime contra a vida ou em outros casos em que são necessárias provas para provar a inocência ou culpa do acusado.
Concílio da Igreja
Na Igreja Católica, um concílio é a reunião convocada por um líder religioso, geralmente o papa, para tratar de temas relacionados com a fé católica.
Na história da Igreja Católica, o primeiro concílio convocado foi o Concílio de Jerusalém, que está descrito no capítulo 15 do Livro Atos dos Apóstolos, parte do Novo Testamento. Desse concílio fizeram parte os presbíteros e os apóstolos, entre eles Pedro e Paulo.
Esse primeiro concílio foi convocado para tratar de temas que interferiam no desenvolvimento da igreja, como o fato de alguns presbíteros ensinarem que os homens que não eram circuncidados não tinham direito à salvação prometida por Jesus, algo que não era dos ensinamentos da Igreja então nascente.
Outros concílios foram convocados ao longo dos mais de dois mil anos de existência da Igreja Católica, como os Concílios de Niceia, nos anos de 325 e de 787, que trataram, respectivamente, da heresia de Ario e da legitimidade da veneração das imagens de santos.
Nos tempos mais recentes ocorreram os Concílios do Vaticano, sendo o primeiro em 1869, terminando em 1870, que tratou do tema da infalibilidade papal, e o segundo, mais recentemente, entre 1962 e 1965, que tratou de temas voltados para a pastoral da Igreja, sendo convocado pelo papa João XXIII e que mudou os rumos como a Igreja dirigia sua liturgia.