Despotismo é uma forma de governo onde o poder permanece isolado, é arbitrário, concentrado e absoluto para o seu déspota (governante). O despotismo é caracterizado pela individualidade do poder, ou seja, o poder permanece nas mãos de apenas um líder, um governante, um só monarca, ditador ou comandante. Isso difere o despotismo da autocracia, esta última onde o poder pode se concentrar nas mãos de um grupo, uma elite ou de uma única classe de pessoas. No despotismo não é uma única organização que comanda absolutamente e sim um único indivíduo.
Alguns pensadores consideram que o regime déspota de governo é uma forma de poder acima da razão ou uma forma onde é possível seu governante tiranizar e oprimir o seu povo. Porém, o real conceito de despotismo é diferente dos modelos de governo da ditadura e da tirania. Nesses dois casos o seu governante é capaz de se sobrepor ao seu povo e impor-se. Mas, no caso do despotismo, é o povo ou a sua representação que acaba deixando o poder nas mãos de um único governante por medo ou hesitação. Dessa forma, o déspota legitima seu poder, uma vez que há hesitação popular ou mesmo pública de que decisões devem ser tomadas.
Despotismo esclarecido
Despotismo esclarecido é um modelo de governo que ficou conhecido através dos soberanos europeus que idealizavam colocar em prática as filosofias e ideais iluministas e, assim, ficaram conhecidos como déspotas esclarecidos. Comumente tais governantes praticavam a filosofia e estudavam as ideias do iluminismo, eram intelectuais com diversas formações e buscavam aplicar seus ideais através de seu governo déspota. Um dos mais famosos e célebres déspotas esclarecidos da história é Frederico II da Prússia, famoso por atingir imenso sucesso em seu governo e nação, sem jamais ter sido derrotado ou derrubado.
As características principais do despotismo esclarecido eram primeiramente a adoção de princípios iluministas e de sua filosofia com o intuito de modernizar suas nações. Segundo; como encontraram resistência por parte principalmente do clero e da nobreza, eles começaram a procurar apoio da burguesia (os comerciantes) e de diversos grupos populares. Em terceiro, apesar da resistência do clero, eles buscavam construir uma relação entre o Estado e a Igreja ao mesmo tempo em que tentavam combater toda a nobreza. E por último, os déspotas comumente buscavam racionalizar a economia a fim de conseguir avanços econômicos que enriquecessem suas nações e seus povos.
Alguns exemplos de déspotas são: Napoleão Bonaparte, Benito Mussolini, Joseph Stalin, Floriano Peixoto, Getúlio Vargas, Adolf Hitler, Fidel Castro e Sadam Hussein.
Muitos déspotas, independentemente de se intitulares déspotas esclarecidos ou não possuem o seu governo e sua maneira de governar atribuída à tirania e à opressão.
Despotismo pombalino
Despotismo pombalino é o modelo déspota idealizado Marquês de Pombal e que foi incorporado no Reino de Portugal durante o reinado de D. José I, que governou de 1750 até 1777. O maior objetivo do despotismo pombalino foi fortalecer o poder do reino, sendo que para tal objetivo ele expulsou os jesuítas de Portugal e de todas as suas colônias, além de limitar o poder e a influência da inquisição.
Não obstante, também investiu na educação, aumentou os impostos e tratou de fortalecer institucionalmente os tribunais portugueses, a fim de estabilizar democraticamente (no conceito da época) todo o reino e fazer valer a autoridade do estado e sua soberania. O despotismo pombalino não deixa de ser um modelo déspota esclarecido; mas, todavia, tais características peculiares do mesmo e a maneira com que as ideias de Marquês de Pombal foram levadas à cabo pelo Reino de Portugal acabaram levando tal modelo déspota a possuir o seu próprio título.