Feminismo é o nome dado ao conjunto de movimentos filosóficos, ideológicos e políticos que convergem para um objetivo comum que é a igualdade de direitos entre homens e mulheres.
De acordo com as escritoras norte-americanas Rebecca Walker e Maggie Humm, a história do movimento feminista pode ser dividida em três importantes ondas, são elas:
- Primeira onda (entre o século XIX e o início do século XX)
- Segunda onda (entre as décadas de 1960 e 1970)
- Terceira onda (a partir da década de 1990 até os momentos atuais).
A teoria feminista nasceu dos movimentos femininos e está presente em áreas como, por exemplo, a história, a crítica e a geografia. Devido ao feminismo, várias delas foram alteradas no campo da sociedade ocidental, englobando desde a cultura até o direito. Devido a diversas ações e campanhas realizadas pelas ativistas, alguns direitos legais às mulheres foram conquistados, como é o caso do aborto e o acesso à contracepção.
A palavra feminismo é creditada ao socialista e filósofo francês Charles Fourier (1772 – 1803). Já os termos feminista e feminismo surgiram, pela primeira vez, na França e nos Países Baixos em 1872. O Oxford English Dictionary listou que em 1894 surgiu o termo “feminista” e no ano seguinte “feminismo”.
É de consenso comum entre os historiadores que todos os movimentos que são direcionados para a obtenção do direito das mulheres devem ser considerados de caráter feminista, ainda que estes mesmos não apliquem o termo.
Por outro lado, o termo deve ser limitado ao movimento feminista moderno e aos desdobramentos. Por ora, a história do movimento é geralmente dividida em três ondas, tanto pelos acadêmicos quanto pelas feministas:
- Primeira onda (Entre o século XIX e o início do século XX) – As atividades foram realizadas em diversas partes do mundo, inclusive França e Reino Unido. Lutaram-se pelas questões jurídicas como, por exemplo, o direito ao voto.
- Segunda onda (Iniciou-se em 1960 nos Estados Unidos e durou até 1980) – O movimento aconteceu em outros países como, por exemplo, a Turquia. Houve a ampliação do debate de questões como a família, as desigualdades legais, os direitos reprodutivos e a sexualidade.
- Terceira onda (Iniciou-se na década de 1990) – Muitos a consideram como espécie de resposta as falhas encontradas na Segunda onda. Buscou-se evitar ou desafiar aquilo que se percebia como as definições essencialistas relacionadas a feminilidade que foram criadas pela onda anterior. Nesta onda tem-se a expansão dos temas feministas.
Uma das obras que é considerada um símbolo que ajudou a impulsionar o movimento feminista durante a década de 1960 é a publicação do livro “O Segundo Sexo” da escritora feminista francesa Simone de Beauvoir (1908 – 1986), que trouxe a desconstrução da imagem dos sexos como uma questão biológica e o apresentou como o fruto de uma construção social pautado nos séculos em que houve os regimes patriarcas.
Por outro lado, houve a disseminação do feminismo radical que nada mais é do que uma ramificação do pensamento feminista, o qual acredita que só haverá a exterminação do machismo através de uma revolução geral e profunda com a eliminação dos regimes patriarcas. As feministas radicais acreditam que é fundamental as mudanças nas legislações dos países em que se deve criar leis de proteção ao gênero feminino, entre outros pontos fundamentais.
Feminismo e femismo
As palavras feminismo e femismo são completamente diferentes em seus significados. O feminismo é considerado o movimento social que busca quebrar a hierarquização dos sexos, do machismo e do sexismo em prol da igualdade dos direitos entre homens e mulheres. O femismo é considerado um sinônimo do machismo.
Feminismo e machismo
O feminismo é um movimento contrário ao machismo, pois este repudia os direitos igualitários entre os homens e as mulheres, enquanto o primeiro busca lutar pela igualdade entre homens e mulheres em todos os setores da sociedade, sem para isso sobrepor o poder feminino sobre o masculino.
Feminismo no Brasil
O movimento feminista no Brasil ganhou expressão no começo do século XX, principalmente até as décadas de 1930 e 1940. O país era estruturado sobre o regime patriarcal, da figura do homem.
Neste âmbito, surgiu o movimento feminista no Brasil, e uma de suas primeiras e maiores conquistas foi assegurar o direito ao voto nas eleições do ano de 1932, por meio do decreto 21.076 do Código Eleitoral Provisório durante a gestão do governo do então presidente Getúlio Vargas.
Entretanto, só podiam votar as mulheres por meio de autorização do marido. As solteiras e viúvas que contavam com a sua própria renda somente tiveram permissão no ano de 1934. Todavia, as restrições ao voto feminino acabaram por volta do ano de 1936. Até antes, o voto era considerado um dever totalmente masculino, e depois o voto se tornou obrigatório também para todas as mulheres que puderam gozar do direito.