Liberalismo é uma doutrina político–econômica e uma ideologia doutrinária que é configurada pela atitude de liberdade de direito e ação da sociedade mediante a abertura e tolerância.
Essa doutrina visa à liberdade cívica e econômica de consciência do cidadão contra o controle do Estado em sua vida e na vida da população, sendo que este somente poderá agir contra o cidadão caso ele venha prejudicar ou lesar o próximo.
Surgimento do Liberalismo
O liberalismo nasceu por volta do século XVII e XVII na Europa. Ele foi idealizado por um grupo de filósofos focado na realidade vivida pela sociedade daquela época. O absolutismo dominava praticamente todo o continente europeu, onde o rei “único representante de Deus na terra”, ditava, impunha e dominava toda a nação.
As ideias iluministas foram progressivamente ruindo com o sistema antigo, denominado de absolutismo, e após o surgimento de uma nova classe dominante, a burguesia, que expandiu o comércio e acabou despertando o espírito empreendedor e autônomo na nova sociedade que estava em expansão.
Os principais pensadores desses novos princípios básicos foram David Hume, Adam Smith, David Ricardo, Jeremy Bentham e Wilhelm Humbold.
Foram eles que lutaram pelas ideias sobre a liberdade de ação individual, sobre a defesa do livre mercado e do direito a propriedade privada. Também pregavam a competitividade econômica e a formação de riquezas.
Liberalismo econômico
O Liberalismo Econômico pode ser resumido da seguinte forma: “O Estado não deve intervir nas relações econômicas entre os cidadãos, o mercado ou entre países”. Ou seja, deve haver total liberdade na economia.
A motivação do trabalho livre e assalariado, a lei da oferta e da procura, fez com que essa nova ideologia liberal pudesse firmar e desenvolver-se de forma onde as riquezas poderiam ser geradas mediante total autonomia do cidadão.
Adam Smith, filósofo e economista escocês, foi um dos mais importantes e respeitados pensadores liberais a respeito da economia. Em sua obra “As riquezas das Nações”, formada por cinco livros, procura investigar a relação da natureza e as consequências da riqueza. Ele procura debater sobre os problemas relacionados à divisão do trabalho e as trocas feitas a partir dessa divisão, sobre valores e principalmente a respeito do dinheiro e da remuneração. Smith também procura analisar temas como o acúmulo de capital, o sistema comercial, o mercantilismo, o sistema agrícola e a fisiocracia.
O Liberalismo Econômico estava fundamentado na total independência da economia e sem interferência de nenhum meio que pudesse atravancar o seu desenvolvimento.
Liberalismo Político
O Liberalismo Político se baseia na liberdade do indivíduo. O Estado Liberal começa a ser formado a partir da ruína do poder absolutista que estava enfraquecido e também com a nova expansão econômica.
A partir daí o Estado precisou criar leis e regras que respeitassem os direitos fundamentais do ser humano, tais como: o direito à vida, à liberdade e à felicidade. Essa doutrina acabou se tornando um pensamento burguês, pois estes começaram a alegar que a filosofia absolutista não os atendia.
Pode ser incluído nesses novos direitos: os direitos individuais e civis, um governo democrático e a igualdade a todas as pessoas. Seus principais pensadores iluministas foram: John Locke, Montesquieu e Anders Chydenius.
O Liberalismo Político foi a inspiração de diversas revoluções como a Revolução Puritana, a Revolução Gloriosa, a Revolução Liberal do Porto, a Revolução Americana e a Revolução Francesa.
Liberalismo Social
O Liberalismo Social também pode ser chamado de Novo Liberalismo, Liberalismo Moderno ou Liberalismo Radical. Ele começou a se formar no final do século XIX e princípio do século XX na Inglaterra, por um grupo de filósofos ingleses que ficaram conhecidos como os “Novos Liberais”. Os Novos Liberais eram pensadores como T. H. Green e L. T. Hobhouse, que defendiam as liberdades positivas.
Essa nova forma de pensamento estava direcionada aos direitos humanos e a liberdade civil. Nesse caso, haveria uma participação do Estado que regulamentaria e garantiria o acesso de todas as pessoas aos serviços públicos e aos direitos sociais considerados essenciais para o desenvolvimento do ser humano.
A queda do Liberalismo
O Liberalismo foi responsável pela sua própria queda, ou seja, como o Estado não podia interferir na relação do trabalhador com o seu patrão, foram surgindo casos onde o abuso de poder começou a se sobressair sobre o trabalho e gerando uma enorme desigualdade social entre as pessoas.
Com o aparecimento do Capital o trabalho passou a ser considerado como uma mercadoria, onde a lei da oferta e da procura prevalecia sobre o trabalhador. Não havia lei que o resguardasse, e para não morrer de fome, esses aceitavam qualquer coisa, inclusive uma jornada de trabalho desumana. Eles eram vistos como objetos que poderiam ser descartados a qualquer momento, pois a procura era maior do que a oferta de emprego. Sem mencionar a mão de obra desqualificada que colaborava para o declínio dessa doutrina filosófica.