Metafísica é um termo que tem origem no grego e significa “o que estápara além da física“. É, portanto, uma doutrina ou postura que visa estudar e buscar o conhecimento da essência das coisas além do plano físico, ou seja, além do que é considerado matéria.
O termo, por sua vez, foi cunhado por Andrônico de Rodes ao analisar os livros aristotélicos que falavam das primeiras causas do ser e dos primeiros princípios.
Para Aristóteles, por exemplo, a Metafísica é a mistura de três outras disciplinas: a filosofia, a teologia e a ontologia, ou seja, o estudo do conhecimento (filosofia), da Fé e da Verdade (teologia) e do Ser (ontologia). A interpretação de Aristóteles costumava ser a interpretação “oficial” sobre o termo até o surgimento de Kant, que propôs a possibilidade da Metafísica ser, ela própria, uma ciência.
Durante muito tempo, a Metafísica ficou relegada ao “estudo do sobrenatural”, um conceito de origem neoplatônica, já que a tradição escolástica do conhecimento da sociedade ocidental tenha gravado a Metafísica como responsável por estudar “a Deus”, embora de uma maneira diferente do feito pela teologia. Se a teologia estudava a Fé através do método da revelação, a Metafísica o faria procurando apoio na Razão.
Na Idade Moderna, porém, essas duas visões do termo Metafísica (a visão de Aristóteles e a visão neoplatônica) foram separadas: o estudo da metafísica como ontologia (defendido por Aristóteles) foi convertido em teoria das categorias, do conhecimento e teoria da ciência; enquanto a visão trascendental e neoplatônica se tornou na teoria da religião e das concepções do mundo.
Portanto, como é possível ver, o próprio termo Metafísica está em constante mudança. No Século XVIII, a Metafísica era abordada como uma explicação racional da realidade, e no Século XIX passou a ser um debate sobre a positividade das ciências.
Na perspectiva de Kant sobre a Metafísica, dados sensoriais são imprescindíveis para lidar com o universo e o que está além dele (ou seja, metafísica), mas é preciso um processamento desses dados de forma empírica, ou seja, uma sistematização e organização desses dados através de estruturas conceituais. O que Kant defende é que o conhecimento da Metafísica precisa de forma e conteúdo – não pode ser algo apenas “sentido”, pois a experiência sensorial não apresenta a forma (experiência empírica). Ao mesmo tempo, Kant defende que é um erro tentar teorizar questões metafísicas que estão além de qualquer experiência possível, pois essas questões estão também fora do alcance do conhecimento empírico da humanidade.
Pintura Metafísica
No Século XX, entre os anos de 1916 e 1921, um movimento pictórico chamado Pintura Metafísica nasceu na Itália, sendo iniciado por Giorgio de Chirico, Alberto Savinio, Carlo Carrá, Ardengo Soffici e Filippo de Pisis, que se conheceram na cidade de Ferrara, num hospital militar.
Esse movimento combatia o futurismo e procurava retratar um mundo absurdo, inquietante, com cenários insólitos e uma visão sem nenhuma relação com o que era real, utilizando de ironia e espectralidade para tal.
Metafísica da Saúde
Alguns autores defendem atualmente um conceito, também defendido como Metafísica da Saúde. Essa ideia, capitaneada pela coleção de livros Metafísica da Saúde, de Valcapelli e Gasparetto, dita que grande parte das doenças vividas pela humanidade é fruto de certos tipos e padrões de pensamento e comportamento.
Portanto, a Metafísica da saúde seria a análise cuidadosa e científica através de estudos e pesquisas para designar quais doenças podem ser causadas por desequilíbrios emocionais e, portanto, como tratá-las usando a mesma ferramenta.
A Metafísica da Saúde defende que terapias comportamentais e trabalho de programação neuro-linguísticas e afins possam ser tão efetivos para o combate de doenças como antibióticos e analgésicos.