Metáfora e metonímia são dois termos que designam dois tipos de figuras de linguagem. Figuras de linguagem são recursos linguísticos que nos permitem enriquecer nossa fala ou escrita, tornando-as mais expressivas e ao mesmo tempo nos suprem de recursos literários para proferir uma ideia ou discurso.
Metáfora
A metáfora é uma figura de linguagem bastante usada na comunicação humana, que facilita em muito nossa expressividade, sendo que sem ela muitas ideias e conceitos simplesmente não poderiam ser transmitidos, especialmente as ideias e conceitos poéticos.
Podemos entender a metáfora como a figura de linguagem onde se transfere o significado de um termo para outro, através de uma comparação implícita, ou seja, se diz objetivamente uma coisa querendo subjetivamente dizer outra, isso por que é possível perceber a relação que existe entre as duas sem que essa necessite ser evidenciada.
Temos então que na metáfora duas características semânticas encontradas em duas ideias ou conceitos, são comparadas, trocadas e usadas como se uma equivalesse perfeitamente a outra, criando um discurso mais rico, interessante e divertido. Na metáfora tiramos uma palavra do seu contexto denotativo ou habitual e a levamos para um outro campo de significados, um campo conotativo, comparando de maneira implícita a similaridade que existe entre a ideia original e aquilo que é expresso.
Alguns exemplos de metáfora são as seguintes frases:
“Quando eu lhe beijo eu viajo para uma outra dimensão”;
“Aquilo que você me falou deixou meu coração em pedaços”;
“A chave para entender esse problema é a matemática”;
“O país está mergulhado em um mar de lama”.
Metonímia
A metonímia, assim como a metáfora, permite que a linguagem possa ser enriquecida, tornando-a mais interessante e simpática, possibilitando a expressão de ideias poéticas ou difíceis de expressar sem o seu auxílio.
Na metonímia, troca-se um termo da frase por outro similar, comunicando assim uma ideia de uma forma mais atraente do que sem a utilização do recurso. Essa troca é possível por que há uma relação entre as palavras cambiadas, existe algum sentido comum entre ambas.
Alguns exemplos de metonímia são as seguintes frases:
“A câmara dos deputados vota hoje o projeto. ” (São os deputados que estarão presentes na câmara que votaram o projeto.);
“A Nasa pretende pousar em Marte. “ (A Nasa pretende mandar alguns astronautas numa missão à Marte).
Metáfora e Metonímia na Psicanálise
O famoso psiquiatra e psicanalista francês Jacques Lacan, para além da retórica, introduz na Psicanálise os conceitos de metáfora e metonímia dando-lhes um novo significado. Lacan relaciona metáfora e metonímia aproximando os dois conceitos, atribuindo-lhes uma ideia de não-sentido, de nonsense, que compõe a cadeira de significantes.
Lacan pega os conceitos freudianos de condensação e deslocamento e os relaciona a ideia de metáfora e metonímia, fazendo assim uma aproximação entre a interpretações dos sonhos de Freud e a linguística. Assim como podemos reconhecer diversos conceitos que nos permitem compreender melhor a linguística, podemos entender os sonhos como uma linguagem própria e assim aplicar conceitos linguísticos para a sua compreensão.