Mito é uma palavra cujo significado é, basicamente, tentar explicar por meio de narrativas os grandes mistérios que envolvem os humanos e o universo ao seu redor. Essas narrativas derivaram não apenas das explicações sobre o funcionamento das coisas, mas também incentivou a propagação de ícones de adoração na qual os humanos depositavam seus medos, esperanças, dúvidas e explicações.
Dado momento da humanidade, o homem sentiu a necessidade de explicar como o mundo funcionava. Porém, a ciência da época era “inexperiente” para poder explicar com clareza como os fatos da realidade e fenômenos da natureza funcionavam em nossa realidade. Para suprir essa necessidade por respostas, criaram-se os mitos.
Esses ícones, considerados deuses pela antiguidade, variavam de cultura para cultura, assim sendo, cada povo tinha sua própria mitologia. Embora não tenha sido o primeiro povo a criar esse tipo de personificação para adoração, o termo “mito” é associado aos povos gregos.
O mito possuí várias funções, entres as quais destacam-se: a explicação, que visa criar justificativas para eventos do mundo atual, usando eventos passados; organização, que possuí a função de determinar as permissões e proibições da sociedade; e a compensação, que tem por objetivo compensar a humanidade por suas perdas.
Existe uma diferença sutil entre o mito e a lenda. O mito é uma forma de narrativa que utiliza personagens fictícios, enquanto a lenda pode ser criada com base em pessoas reais que realizaram grandes feitos durante suas vidas.
Mito filosofia
Desde os primórdios de sua existência, mito e filosofia existiram em uma relação quase antagônica.
O mito grego tinha o objetivo de explicar para os gregos da época como seu mundo funcionava, como já foi dito. Muitas vezes, essas explicações seguiam lado a lado com a própria religião, com mitos sobre divindades que criaram o universo e são parte vital de seu funcionamento.
Já a filosofia, desde sua criação, teve como meta principal estimular o raciocínio e reflexão das pessoas, para que pensassem além do que as crenças estipulavam. Para tal, muitas vezes, filósofos propuseram hipóteses concretas para o funcionamento do universo sem usar a força da fé para tal, mas sim, apenas pela observação contínua da natureza.
Porém, com o tempo, o mito e a filosofia passaram a coexistir de maneira saudável, e mesmo chegando a se complementar. O próprio conceito de mito foi sendo alterado com passar dos anos, à medida que a própria filosofia começou a ser considerada uma ciência.
Um bom exemplo de mito que pode acrescentar muito a filosofia é o Mito da Caverna – de Platão.
Mito da caverna
Em uma caverna residia humanos que nela nasceram e cresceram, porém, nunca saíram de lá. Essas pessoas sempre estão de costas para a entrada, sendo que entre ela e o mundo exterior, existe um grande muro.
As pessoas fora da caverna sempre mantêm uma fogueira acesa e suas sombras são projetadas nas paredes da caverna, assim como o som que fazem reverberar e pode ser ouvido pelos humanos acorrentados lá dentro.
Ao se depararem com a projeção das sombras e, sem qualquer outro comparativo, os homens na caverna pensam que elas são a realidade.
Um dia, um homem consegue escapar de suas correntes, escalar o muro e seguir para o mundo exterior. Ele percebe então que as sombras nada mais eram que projeções de outros homens. Descobre também que o mundo é muito mais extenso do que apenas aquela caverna.
O homem poderia retornar e contar aos seus companheiros as verdades que descobriu, e eles poderiam acreditar nele, da mesma forma que poderiam ignorá-lo e matá-lo.
Mito de Narciso
Havia um belo jovem chamado Narciso, tão belo que chamou para si a atenção da ninfa Eco, que passou a amá-lo. Porém, Narciso rejeitou o amor de Eco e recebeu a maldição da deusa Nêmesis.
Narciso, vendo seu próprio reflexo em um rio, apaixonou-se por si mesmo. Acabou caindo e afogando-se.