Piegas é uma palavra que chega até a língua portuguesa de maneira obscura. Seu aparecimento deu-se relativamente tarde, apenas no século XIX. Para efeitos de comparação, vale mencionar que a língua portuguesa foi estabelecida por volta do século XVI, com a publicação de Os Lusíadas, de Camões.
Apesar de sua origem ser incerta, o mesmo não ocorre com o significado de piegas. O adjetivo é utilizado para descrever situações que apelam para a comoção sentimental de modo excessivo.
Muitas das vezes, o adjetivo piegas é utilizado de maneira depreciativa, como uma forma de crítica à emotividade excessiva. É bastante raro que o adjetivo piegas seja utilizado como sendo uma característica positiva.
Costuma ser chamada de piegas uma pessoa que se comporta de maneira muito emocional, de forma extrema, alguém que se emociona com facilidade. Também é chamado de piegas alguém que tem o costume de estar sempre se lamentando, se queixando, se colocando como alguém extremamente sofredor.
O adjetivo piegas não é exclusivo do comportamento humano, mas pode ser também associado a produções humanas, como textos. Assim, pode-se considerar uma música como sendo piegas, quando ela apela para a emoção de maneira excessiva.
Em geral, produções piegas costumam não fazer muito sucesso, pois o apelo emocional excessivo tende a deixar o público cansado. Claro que há público para esse tipo de produção, mas o piegas é mais rentável e popular quando aparece sendo satirizado, ou seja, quando aparece esperando que o público dê risadas dele ou veja ironia em sua presença na obra, seja ela qual for.
O substantivo derivado do adjetivo piegas é pieguice, com “c”. A grafia “pieguisse” é incorreta em português. Em inglês, pode-se traduzir piegas por “slushy”.
Muitas vezes, a literatura ultrarromântica é classificada como piegas, pois era bastante emotiva. Essa classificação veio dos poetas realistas, que criticavam o Romantismo.