Romance é uma palavra cujo significado atual se relaciona a uma determinada narrativa literária de forte conotação sentimental.
Desde o seu nascedouro, o gênero literário romance guardou estreita ligação com o legado das composições circulantes na Idade Média, principalmente aquelas transmitidas pela tradição oral.
As novelas medievais, chamadas novelas de cavalaria ou romance de cavalaria, tiveram grande êxito entre os séculos XV e XVll, no contexto do Trovadorismo, escola literária característica da Idade Média.
A lenda do Rei Arthur e os cavaleiros da Távola Redonda e a lenda do Santo Graal são exemplos deste gênero literário, no qual a narrativa enfatiza as grandes aventuras, e o enredo privilegia atos de coragem e o amor idealizado.
Porém, somente a partir do século XVlll, como o advento do romantismo, o gênero literário romance assumiu as características pelas quais a narrativa é conhecida na atualidade.
O romantismo, enquanto movimento cultural, surgiu em meio a um ambiente intelectual marcado pelo questionamento e a insatisfação social, reinante na Europa dos séculos XVlll e XlX.
A contraposição às normas vigentes revelava a insatisfação com os problemas sociais decorrentes da Revolução Industrial e a força das ideias que moviam movimentos revolucionários como a Independência Americana e a Revolução Francesa.
A ascensão das camadas médias no início da modernidade, a ética burguesa e a valorização dos direitos individuais se traduziram no romantismo, expressões artística e cultural de uma época.
Inicialmente surgida no que atualmente corresponde à Inglaterra e Alemanha, a narrativa romântica se espalhou pelo território europeu, chegando, inclusive às colônias localizadas nas Américas.
O movimento cultural, denominado romântico, nasceu em contraposição ao neoclassismo e teve ramificações em diferentes formas de expressão artística, sobretudo, na literatura, pintura e música.
Apesar de o romance não se configurar como um gênero literário circunscrito ao romantismo, foi fortemente associado a este movimento, pois caiu no gosto da pequena burguesia que tinha seu padrão de gosto associado mais a emoção do que a razão.
Dentre os principais autores de romances no século XIX, se destacaram na Inglaterra Lord Byron, Mary Shelley e Keats. Na Alemanha, se destacaram dentre os autores de maior renome Goethe, Schiller e Herder.
Na península Ibérica, teve destaque a produção Garrett e Herculano, em Portugal e Espronceda e Zorilla, na Espanha.
No Brasil, os principais romancistas do século XIX foram Álvares de Azevedo, Joaquim Manuel de Macedo, José de Alencar e Machado de Assis.
O gênero romance é bastante variado, existindo o romance gótico, romance histórico, romance urbano e tantos outros.
No século XX, Com o advento do cinema, o romance tornou-se um gênero de filmes, denominado filme de romance.
De origem latina, há diferentes explicações para o surgimento do termo.
Alguns defendem que deriva de romans, que por sua vez deriva de romanicus, cujo significado é “ao estilo de Roma”.
Porém, a versão mais aceita para a origem da palavra romance defende que o termo deriva de romanice, palavra utilizada para se referir a qualquer obra escrita em romanço.
O romanço se caracterizou como um conjunto de línguas em que o Latim, língua oficial de Roma, se mesclou com a língua do povo conquistado, também denominadas de línguas vulgares, línguas neolatinas ou mesmo latim bárbaro.
As línguas portuguesa e espanhola têm forte relação com o romanço, pois a língua latina, utilizada nessa região, sofreu acelerada transformação e, antes de se tornar uma língua propriamente dita, vivenciou uma fase de transição, na qual a língua existente não era mais o Latim, mas ainda não eram as línguas ibéricas, como são conhecidas hoje.
Toda produção em romanço era considerado de menor valor, desde as histórias de cavalaria até os relatos e aventuras de amor, pois eram composições populares criadas pela imaginação dos povos dominados.
O uso do Latim era reservado para a escrita de documentos oficiais e eclesiásticos.
As características do gênero literário romance, na sua vertente moderna, transpõem para a literatura experiências humanas idealizadas.
A forma literária do romance faz uso da narrativa longa, com personagens fictícios vivenciando fatos verossímeis, num espaço de tempo relativamente amplo.
O personagem principal, normalmente o herói, não se configura uma divindade, mas sim um seu humano comum vivendo, sofrendo e enfrentado problemas cotidianos relacionados a acontecimentos sociais, sentimentais e, mesmo dramas financeiros.
Os personagens são expostos em seus desejos íntimos, subjetivos e individuais, sendo o conflito psicológico exposto aos leitores.
A psicologia das personagens nos romances é complexa e são evidenciados conflitos psicológicos de diferentes naturezas, tanto pessoais quanto sociais, principalmente no que tange às relações amorosas e a contraposição às normas sociais.
O romance não aborda questões ligadas a causas gerais, apesar de poder fazê-lo, por isso o romance é uma obra literária que apresenta fatos criados ou relacionados a personagens.
No gênero romance, o narrador assume o lugar de quem narra a sua própria experiência, ou mesmo consegue colocar o leitor em uma posição de participante da narrativa.
Tanto a novela como o conto podem assumir características do gênero romance, porém na novela a narrativa é mais circunscrita e centrada na personagem principal, enquanto no conto a narrativa é curta e entrelaçada apenas com uma história.
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