Satanismo é uma palavra derivada de Satã, ou Satanás, proveniente de uma antiga palavra da raiz semítica, “stn”, cujo significado é “ser hostil”. Do hebraico, a palavra foi adaptada para “satanás”, no idioma grego, passando também para o árabe como “shaitan” e para o latim antigo, como “satanas”, chegando à nossa língua atual com praticamente a mesma pronúncia e grafia, com o mesmo significado de um opositor espiritual, ou seja, a encarnação do mal.
O satanismo é considerado como um movimento, uma doutrina ou uma crença filosófica que enxerga Satanás através de um lado positivo, e não como a encarnação do mal, como em todas as religiões ocidentais, como o cristianismo, o judaísmo e o islamismo.
Para os praticantes do satanismo, o movimento é uma negação e inversão de práticas e crenças cristãs, tendo influência de todas as religiões e de pontos de vista filosóficos, além de basear-se em obras literárias sobre o mal e suas consequências na humanidade.
O movimento conhecido como satanismo tem sua origem no século 18, criado a partir de crenças mais antigas, dos rituais de adoração e de sacrifícios ao antigo titã Prometeu, da mitologia grega, ou do deus egípcio Seth. Alguns satanistas também atribuem a origem ao deus da Suméria, Enki, e a Moloque, o deus adorado pelos amonitas na época do Antigo Testamento.
O satanismo, atualmente, tem diversas correntes de pensamentos, com tantas iguais diferenças de crenças e de práticas de adoração. Entre as correntes do satanismo, podemos encontrar os satanistas ateístas e teístas, por exemplo. Enquanto os primeiros não acreditam na divindade, como a existência de Deus e do Diabo, vendo Satanás como um símbolo de orgulho do próprio ser humano, independente de entidades espirituais, os teístas veem tanto Deus e o Diabo como antagonistas de uma história que dura tanto tempo quanto o mundo.
O principal símbolo utilizado pelos satanistas é o pentagrama, apresentado invertido, com uma das pontas virada para baixo e representando a cabeça de um bode, outro dos símbolos do satanismo.
A primeira Igreja Satânica foi fundada por Anton LaVey, através de várias obras relacionadas com o movimento, entre delas a Bíblia Satânica, um dos marcos do satanismo, que levou à criação da igreja denominada satânica em 1966.
Segundo os escritos de LaVey, não existe vida após a morte e a vida deve ser encarada de acordo com as mais ferrenhas correntes do capitalismo, com egoísmo e tendo como único objetivo satisfazer as necessidades físicas e sensoriais da melhor maneira possível.
Dessa forma, para o satanismo moderno, não existe a adoração do mal ou de Satanás, mas sim adeptos que exploram as realidades desconhecidas e que estão em busca de valores voltados para a independência financeira, o orgulho e a individualidade de cada ser humano.
Muitos estudiosos sobre o satanismo argumentam que a crença teve início nos séculos 15 a 18, quando a Inquisição acusava pessoas de praticarem a bruxaria como forma de adorar Satanás. O satanismo, então, ganhou força entre os europeus, principalmente na França e na Espanha, gerando forte influência sobre o romantismo e o iluminismo, como se pode ver nas obras de autores como o Marquês de Sade.
O livro de Anton LaVey, “Bruxaria Satânica”, também traz referências ao satanismo nessa época, atribuindo seu início às bruxas da Idade Média.
Erroneamente, muitas pessoas criam associação do satanismo de irmandades como a maçonaria, por exemplo, ou aos illuminati, uma suposta irmandade que pretende o domínio do mundo, criando uma nova era para a humanidade.
Essas entidades, no entanto, são grupos secretos e não há como provar que estejam voltadas para o satanismo. No caso dos illuminati, nem mesmo se chegou a comprovar sua existência, podendo se tratar de mais um caso voltado para a teoria da conspiração.
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