Sinestesia é uma palavra derivada do grego antigo, synaisthesis, sendo a junção de syn (união) com esthesia (sensação), levando à tradução literal de “sensação simultânea”.
A sinestesia deve ser considerada como um fenômeno neurológico, trazendo duas sensações de natureza diferente criadas por um mesmo e único estímulo, ou seja, trata-se de uma relação de planos sensoriais diferentes, unindo, por exemplo, o gosto com o cheiro, ou a visão com o tato.
A sinestesia pode ser considerada como uma experiência sensorial que atinge determinadas pessoas, nas quais as sensações apresentadas pelos cinco sentidos mantém uma correspondência, associando um determinado sentido a outro.
Na ocorrência da sinestesia, o cérebro apresenta uma condição neurológica especial, interpretando sensações de naturezas diferentes de forma simultânea e, desta maneira, um gosto pode ativar um determinado aroma que pode ser fisicamente sentido, ou uma determinada cor pode ativar a sensação de um sabor, mexendo com sentidos diferentes e estabelecendo um cruzamento de sensações através de um mesmo estímulo. Para quem cria a conexão propícia à sinestesia no cérebro, um som pode ter uma sensação ao tato, enquanto um sabor pode ter um som a ele associado.
A sinestesia não é uma doença, diferente do que pode ser imaginado. Trata-se, apenas, de uma forma diferente de processamento cerebral das informações retidas na memória através dos sentidos. É uma característica que atinge determinadas pessoas e considerada hereditária, já que foram constatados inúmeros casos de sinestesia nos membros de uma mesma família.
Para os estudiosos, a sinestesia mostra que a pessoa que a percebe possui memória acima da média, com a criatividade bastante desenvolvida. A sinestesia não é tão comum entre as pessoas, atingindo pelo menos um entre 300 indivíduos.
Consideramos um caso como sinestesia quando ligamos uma cor a uma impressão auditiva, por exemplo, levando a uma audição colorida, ou um fotismo, ou quando um som é ligado a uma impressão visual, quando denominamos fonismo.
A sinestesia pode ser encontrada até mesmo no nosso vocabulário, quando nos expressamos de maneira sinestésica ao dizer que existem cores “quentes” e cores “frias”. Uma cor “vermelho-berrante” é um exemplo de sinestesia, assim como uma “voz doce”, quando expressamos, ao mesmo tempo, tanto uma sensação visual quanto uma auditiva, ou uma auditiva com uma gustativa.
Uma pessoa que desenvolve a capacidade sinestésica é capaz de estimular os sentidos de forma a misturá-los, podendo associar sentidos diferentes e sentir os estímulos provocados por eles.
A sinestesia não é um efeito provocado voluntariamente, não podendo ser comparada aos efeitos de uma droga alucinógena, por exemplo. As sensações desfrutadas por um sinesteta envolvem emoções que estimulam a sensação de sons coloridos, de cheiros barulhentos, de vozes que trazem sensações ou de números e letras que levam a determinadas cores.
A sinestesia pode ser considerada também como uma figura de linguagem ou uma figura de estilo que, colocadas em subdivisões, podem ser definidas como figura de palavra ou figura de pensamento.
A área da linguística que estuda a sinestesia é a semântica, por se tratar de uma figura de linguagem que está diretamente ligada aos sentidos e à interpretação do conteúdo das palavras.
Ao criarmos uma frase em que o sentido está relacionado a sensações diferentes, dizemos que temos ali uma sinestesia, uma figura de linguagem similar à metáfora, como por exemplo:
Na literatura, a figura de linguagem sinestesia foi marcante no movimento literário conhecido como Simbolismo.
Não devemos confundir sinestesia (com “s”) com cinestesia (com “c”). Cinestesia, na Programação Neurolinguística (PNL) refere-se à possibilidade de aprendizagem através das sensações.
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