Trovadorismo

Trovadorismo foi um movimento poético e literário que surgiu por volta do século XI na região da Provença, que está localizada no sul da França. Ficou conhecido pelas cantigas compostas pelo trovador que escrevia sobre os assuntos de interesse comum como, por exemplo, o amor e amizade. Já o cantor era conhecido como Jogral e aquele que sabia tocar e cantar era conhecido como menestrel.

Este gênero ganhou destaque na Europa, uma vez que, naquela época, a grande maioria das pessoas não sabia ler e nem escrever. As cantigas cantadas e executadas pelos trovadores eram em forma de poesia que, além de serem apresentadas ao povo, eram escritas e reunidas em livros que ficaram conhecidos como os cancioneiros.

As cantigas eram classificadas como Satíricas (Escárnio e/ou Maldizer) ou Líricas (Amor e Amizade). As cantigas de Escárnio possuía ironia, jogo de palavras e duplo sentido. Já as cantigas de Maldizer continham zombaria e até palavrões, para criticar explicitamente uma determinada pessoa.

As cantigas de Amor eram as mais rebuscadas, onde se utilizava o Eu-lírico masculino para se declarar a uma mulher, a qual geralmente não correspondia e o homem era visto e considerado inferior a ela. E, as cantigas de Amizade ou de namoro utilizavam uma linguagem simples, o Eu-lírico feminino que vivia se lamentando da ida do namorado para a guerra.

Além das cantigas, o Trovadorismo também está presente em dois outros tipos de textos: as Novelas de Cavalaria (Prosa) e o Teatro. A primeira é uma adaptação das canções de gesta, que nada mais é do que o modelo de poema que narrava aventuras heroicas.  Já o Teatro trabalhava os mistérios, milagres e moralidades.

Trovadorismo em Portugal

O Trovadorismo se destacou na Península Ibérica, principalmente nas regiões de Galiza e norte de Portugal, cujo apogeu foi entre os séculos XII e XIII e, tendo o seu declínio observado a partir do século XIV.

Um de seus maiores incentivadores foi o rei D. Dinis (1261-1325) que, além de prestigiar a arte em sua corte também contribuiu com o trovadorismo ao compor cerca de 140 cantigas entre satíricas e líricas.

Além de D. Dinis, outros nomes que se destacaram nessa época foram: Paio Soares de Taveirós (autor da célebre Cantiga da Garvaia ou Cantiga da Ribeirinha), Martim Codax (autor de Ondas do mar de Vigo), João Soares Paiva (autor de Ora faz ost’o senhor de Navarra) e João Garcia de Guilhade (Ai dona fea! Fostes-vos queixar).

O Trovadorismo é caracterizado pelos seguintes elementos: a vassalagem amorosa (onde o homem se colocava como o servo da mulher), insultos (cantiga de Maldizer e Escárnio), crítica, preservação do nome da mulher idealizada que era tratada somente como “Dona” ou “Senhor” (no caso das cantigas de Amizade). Geralmente, as cantigas eram escritas pelos homens, mesmo que o Eu-lírico utilizado fosse o feminino.

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