Virtude é um substantivo feminino com origem na palavra virtus em Latim, que significa força viril.
Hoje, o significado de Virtude não está mais relacionado com a palavra latina.
Define-se virtude como uma qualidade moral, ou seja, uma característica positiva em um indivíduo, que tem como inclinação praticar o bem.
Virtude é um conjunto de hábitos constantes que permitem que o homem sempre seja levado para o caminho do bem.
A qualidade da virtude pode ser inata ou adquirida. Dessa forma, tem-se a diferença entre:
- Virtudes intelectuais – associadas à inteligência, por exemplo, a reflexão, capacidade de raciocinar, o diálogo, a busca pelo conhecimento e o pensamento abstrato.
- Virtudes éticas (ou morais) – associada à ideia de fazer o bem, por exemplo, fugir das tentações, ser prudente, estar de acordo com as noções de bem (da ética e da justiça). Ou seja, virtude moral é a ação ou comportamento moral condizente com a ética.
Virtude acontece quando há um equilíbrio perfeito entre os princípios morais e a vontade humana.
No dia a dia, o termo virtude é utilizado para designar as qualidades gerais de um indivíduo.
Já a expressão “em virtude de” traz como significado “devido a”, “visto que”, “uma vez que”, entre outros.
Virtude no Cristianismo
No Cristianismo, há as virtudes sobrenaturais, teológicas ou teologais: são as virtudes que são um dom de Deus. Por exemplo: a fé, a caridade e a esperança.
No outro lado, há as virtudes cardeais, ou seja, aquelas que sã adquiridas pelo esforço e são aquelas que originaram as outras virtudes. Por exemplo: a prudência, temperança, justiça e valentia.
Virtude na Filosofia
A virtude sempre foi um tema bastante estudado e analisado na Filosofia.
Aristóteles foi um dos filósofos a abordar a virtude, diferenciando-a entre as virtudes intelectuais e as virtudes morais (ou éticas). Para ele, o estado de virtude ideal seria aquele que possui moderação, ou seja, que está no meio do defeito e do excesso.
Para Aristóteles, as virtudes inatas não existem, apenas aquelas que se adquirem através da repetição de atos, reflexão e da experiência. Esses atos gerarão um costume que para se tornarem virtudes devem estar entre os dois extremos – em uma medida justa.
Virtude, de acordo com o filósofo, é tudo que pode contribuir para completar com excelência a natureza humana. A mais importante das virtudes, para ele, é agir conforme a razão.
Platão, assim como os epicuristas (que pregam o Epicurismo) e os estoicos (que pregam o Estoicismo) veem a virtude como uma característica essencial para que um cidadão tenha uma vida plena e feliz. Alguns exemplos de virtudes para atingir uma vida proveitosa seriam: a sabedoria, temperança, justiça e coragem.
Para Platão, a alma – na verdade os segmentos dela – precisa atuar conforme a virtude que a corresponde. Cada “pedaço” da alma segue uma virtude. As atitudes de um homem, sendo assim, são determinadas.
Para a filosofia clássica grega, a virtude sempre esteve conectada com as ideias de felicidade. Porém, os gregos nunca chegaram a um consenso em relação à virtude ser ou não uma condição imprescindível para uma vida plena e feliz, bem como se a felicidade é a condição que estimulava a virtude.
O filósofo alemão Immanuel Kant, no século XVIII, abordou o tema em questão, definindo que, para ele, as virtudes não têm relação alguma com a felicidade de uma pessoa, mas que as virtudes tornam as pessoas dignas de felicidade.